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Orquídeas: o que tem de bonita tem de sacana

23/4/2015

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Semana passada, eu estava participando de uma disciplina de Filogenia de Angiospermas (*) com o Profº Mark Chase. Para quem não conhece ou nunca ouviu este nome antes, Mark Chase é um pesquisador que estuda plantas (angiospermas para ser mais específico) no Royal Botanical Garden (KEW). Entre suas várias dezenas de publicações está a que EU considero mais importante/relevante/impactante: a criação de um novo sistema de classificação filogenética de angiospermas, o(s) APG(s) (Artigos do APG II e III: APG II/APGIII).
Quem fez biologia na UECE, como eu, lembra bem deste termo usado bastante na disciplina de Sistemática Vegetal, da Profª Roselita. Tínhamos que utilizar dois sistemas de classificação em nossas aulas práticas: o APG e Cronquist, mesmo o sistema de Cronquist (*) já estando bem fora de moda (sem aplicabilidade) quando trata-se de plantas com flores (angiospermas). Acho que a professora queria que conhecêssemos o sistema que ela, um dia, teve que utilizar (ou queria que sofrêssemos um pouco mesmo). Seja lá qual foi o motivo, valeu Professora. Até hoje não esqueci.
O Mark (como gosta de ser chamado) é botânico, mas tem um interesse especial por orquídeas. Por ter uma maior intimidade com as orquídeas, o Mark acaba as citando bastante como exemplo em alguns tópicos específicos.
Voltando ao que estava falando, participei desta disciplina como um tipo de moderador. O Mark não fala português e eu fui contratado para traduzir/moderar a disciplina. Porém, já no segundo dia, para ser bem sincero, não fiz muita coisa em relação a esta questão de tradução, mas pelo menos servi café, pegava água, lavava as xícaras, ligava o Datashow e fechava as portas ao fim do dia. De um modo geral, fui bem...
E foi assim, em alguns de seus exemplos com orquídeas, que “descobri” que elas são sacanas! Nem parece né? Pensava o mesmo e tomei o mesmo susto quando soube. Como pode uma planta tão bonita ser tão sacana? Foi ai que veio o insight: Isso existe na espécie humana também! Aquelas meninas que tem cara de anjo, mas é o cão em forma de gente sabe? Conhece? Se não, ainda bem, mas é só o que tem ai nos filmes (existem inclusive rankings das piores vilãs de cinema. Não concordo muito com esses rankings, mas... *). 
As orquídeas não são muito diferentes disso. São lindas e são sacanas! Olha o que “descobri” nesta semana de aula:
- Sacanagem #1: O caso do amor não correspondido (Ophrys insectifera).
Imagem
Foto: orquídea imitando uma vespa para ser polinizada pelo macho da espécie
- Sacanagem #2: Um almoço sem comida causa decepção (Oncidium sotoanum).
Imagem
Foto: a orquídea (Oncidium sotoanum), flor da esquerda, imita as flores de Malpighia glabra (acerola), flor da direita, para enganar as abelhas e assim obter sucesso na polinização. Qual o grande problema? As abelhas não ganham NADA com isso! Enquanto as flores da família Malpighiaceae possuem glândulas de óleo para suprir as necessidades energéticas das abelhas, quase 100% das orquídeas que as imitam não possuem essa contrapartida. Ou seja, para as abelhas, mesmo que NADA!
Esses exemplos acima são só algumas entre centenas de sacanagens que existem por ai. Mas brincadeira à parte, as orquídeas são incríveis. Seres vivos extremamente especializados, com estratégias de polinização bem especificas e estruturas complexas que nos deixam fascinados com tamanha beleza. Com mais de 30.000 espécies naturais e mais de 100.000 híbridos (é híbrido pra caramba) a família Orchidaceae é a maior entre as angiospermas.
Nunca tinha parado para prestar atenção nesses seres tão interessantes. Agradeço ao Felipe Nollet por ter escrito o projeto que trouxe o Profº Mark, ao programa Ciência sem Fronteiras, ao Profº Helder Araujo (meu orientador de mestrado), por ter me indicado para moderar a disciplina e ao Profº Mark por toda sua atenção. Agora, toda vez que for ao campo, ficarei atento para as orquídeas. Quem sabe não acho alguma novidade.
Fotos: orquídeas que não sei o nome, mas que achei maravilhosas. Se tiver algum especialista em orquídeas que queira ajudar.
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    Caio Brito

    Ornitólogo, escritor e aventureiro. Mestre em Zoologia e aprendiz da vida.

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