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Caio Brito
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O Real sentido de “estou ficando atoladinha”

31/3/2015

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Acho que a maioria aqui conhece o clássico brasileiro que fez um sucesso tremendo em um desses carnavais de 2000 e tanto (para ser mais específico, no carnaval de 2007).

Mas depois que realmente passei por uma situação de ficar “atoladinho”, a pouco tempo, no Piauí, fiquei pensando comigo mesmo: quantas pessoas que já escutaram essa música sabem realmente o que é ficar “atoladinho(a)”?

Imagem
Foto: Brunão iniciando os trabalhos.
Passei por isso e digo uma coisa: é F***! É tão desesperador que eu não consegui parar de rir durante 5 minutos. Meus olhos pareciam que iam saltar de tanto rir. Não me aguentava mais. Eu realmente fico assim em momentos de desespero. Lembro até que no colégio, quando eu saia de sala por indisciplina e tinha que perder “um ponto” por isso, acabava perdendo logo dois porque não conseguia parar de rir quando de frente com as autoridades. É uma desgraça mesmo! (se só eles soubessem que isso é tipo uma doença ou algo do tipo).

O pensamento imediato foi: estou a aproximadamente 15Km da vila mais próxima e são 9 da manhã... e o carro está atoladíssimo! Quando eu relato o caso sempre tem o sabichão que diz “cadê, cadê? Eu tiro!” ou “se fosse eu, não teria atolado não”. Tá bom, tá bom... garotão!  Vai lá então! Mas sempre que esse cara vai até lá, ele olha e diz “eita” e vira sem falar nada, mas com certeza pensando: como cê conseguiu essa proeza mesmo?

O dia estava lindo até então... lindo em termos de que nada de ruim estava acontecendo além dos poucos bichos registrados, da chuviscada que não parava e uns gases malucos que tinham dado em mim por causa de um clube social sabor cebola com não sei o quê que havia comido mais cedo (acho que era cebola com salsicha e repolho, só podia ser).

Quando estávamos voltando do último ponto, eu dirigindo (fato importante de ser ressaltado), fui surpreendido por areia movediça! Juro! Pois é. Também pensava que essas coisas não existiam, ou, se existissem, eram só nas florestas da África (como eu via nos desenhos quando era criança). Pois diga ai que também tem areia movediça no “mêi do Piaúi”!

No momento em que o carro estagnou, fiquei um pouco preocupado, mas o carro 4x4 tem um nível ainda mais forte que é o chamado “4x4 Lo”, que é o 4x4 em baixa rotação, ou seja, aguenta mais o tranco. Aumentei o som (AC/DC para os curiosos, como eu) e liguei o “4x4 Lo”: Não deu em NADA!

Ah, deu sim! O carro afundou ainda mais.
Estava na hora de colocar a mão na massa!
Não adiantou de NADA também!
Rezei pra caramba!
Não deu em NADA!

Após aproximadamente duas horas de tentativas frustrantes, decidimos procurar ajuda. Vale ressaltar que a essa altura estávamos apenas de cueca para não sujar a roupa de campo (pensando bem agora, com certeza a lama estava bem mais limpa do que aquela roupa de campo).

Iniciamos nossa pequena caminhada que seria de 15Km pegando justamente o horário do câncer. Após caminhar 4Km, passamos em uma casa que fica isolada de tudo para tentar a sorte. Vai que alguém empresta uma moto ou um jumento para facilitar a nossa vida, eu pensei. Por sorte nossa, foi bem melhor do que um jumento ou uma moto.

Quando chegamos lá, haviam 3 rapazes que foram atrás de um cachorro foragido e esses rapazes estavam de “voadeira” (canoa com motor). Peguei carona com eles pelo Rio Parnaíba e consegui chamar o resgate.

O carro foi retirado com um trator no dia seguinte.

Lições do dia:
Lição #1: Sempre leve muita água para o campo
Lição #2: Sempre leve muita comida para o campo
Lição #3: Carros 4x4 também atolam
Lição #4: O seu dia de atolar um carro também vai chegar (só aguarde)
Lição #5: Ainda tem gente por ai que faz o bem (precisamos lembrar sempre de fazer a nossa parte também).
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O Medo em Campo

24/3/2015

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ImagemFoto: Arapaçu-do-nordeste (Xiphocolaptes falcirostris) - Guadalupe-PI.
Engraçado; sempre há uma primeira vez para tudo né? 

Pois é, essa foi a minha primeira experiência de desespero em campo. Desespero de verdade! Estresse mesmo! Aquele que cê sabe que perdeu, pelo menos, dois anos de vida e acrescentou, pelo menos, 10 cabelos brancos para a coleção. 

Tive o “agradável” privilégio de me “perder” em campo. Coloquei entre aspas porque, na verdade, eu não me perdi. Eu estava muito bem localizado, mas pensava que minha dupla, o Bruno, havia se perdido (ou pior; topado em algum tronco e quebrado a perna em uma local bem longe, impossibilitando-o de voltar sozinho, ou batido a cabeça e desmaiado, descarregado o GPS e ter se perdido ou ter sido picado por uma cobra e morrido...). 

Enfim, pensei em umas dez possibilidades de coisas que poderiam ter dado errado. E infelizmente, aquela regra de que “notícia ruim chega logo”, não vale em campo, quando você está isolado a, pelo menos, 30 quilômetros da civilização mais próxima (civilização esta que só foi colocada no Googlemaps a pouquíssimo tempo).

O fato foi o seguinte:
Eu e Bruno estamos a trabalho aqui no Piauí e temos uma metodologia bem rigorosa a ser seguida. Para fazer a metodologia juntos (em dupla) teríamos que trabalhar seis horas de manhã e seis horas à tarde, aproximadamente. 
Quem passarinha sabe muito bem que nas horas mais quentes do dia, as atividades avifaunísticas caem bastante, então trabalhar de 10h00 às 14h00min é perda de tempo e exagero. 

Para “evitar a fadiga” e ter um resultado de maior qualidade optamos por nos separar para conseguir realizar a metodologia nas melhores horas para passarinhar (5h30 às 9h00 e 15h00 às 18h00). O único problema é que no primeiro dia ainda não nos conhecíamos e não tínhamos ainda um “feeling” de equipe em campo, ou seja, deu merda!
Quando chegamos ao local de amostragem daquele dia, fomos até o ponto de início, fizemos umas listas de espécies juntos e nos separamos para fazer a tal metodologia. O combinado era de se encontrar no mesmo local às 17h30min (no máximo!).

Sai para passarinhar (trabalhar) e quando ficou perto do horário (faltando meia hora), comecei a voltar para o ponto de encontro, mesmo não tendo acabado os pontos da metodologia. Quem me conhece sabe que eu me preocupo muito com horários combinados e não costumo me atrasar para as coisas (a não ser que algo sério mesmo tenha acontecido). 

Cheguei às 17h17min e fiquei esperando o Bruno. Pensava que ele já estaria lá, mas fiquei tranquilo porque ainda nem estava no horário combinado. Oito minutos depois, eu decidi dar uma primeira chamada e comecei a dar uns assobios e gritos (Ieiiiii!, tipo isso mesmo). 

Sei que ainda não estava na hora, mas pensei: se ele irá chegar aqui às 17h30min, então 5min antes da hora combinada, ele já pode me escutar (teoricamente): NÃO FOI ASSIM (nem perto)! Passaram 2, 4, 7, 10, 15 minutos e NADA do Bruno aparecer. A preocupação começou a ficar séria...

...apareceram duas maracanãs-pequenas (Diopsittaca nobilis) para passar minha preocupação durante 3 minutos completos...

...mas quando volto para a realidade parece que piora! Gritei mais! Assobiei MAIS! E nada!

– “Sabia que aquele lifer não tinha vindo à toa” – eu pensei ao lembrar que mais cedo eu havia fotografado uma ave INCRÍVEL que eu nunca havia fotografado antes (Foto) (chamamos isso de “lifer” em nosso mundo de observadores de aves).


– “Se essa fosse a consequência, preferiria ficar sem o arapaçu-do-nordeste (Xiphocolaptes falcirostris)... por enquanto” – continuei com meus pensamentos.

Quando deu 18h00min, voltei para o carro e esperei uns 10min por lá também. 

– “Pronto. Beleza! Vou ficar aqui mesmo esta noite, pois o Bruno morreu e a chave do carro está com ele” – Eu pensei enquanto juntava galhos para “tentar” fazer fogo. Tentando fazer fogo daquele jeito: friccionando uma madeira na outra até esquentar o suficiente e pegar fogo. Dois minutos depois, cansei e desisti. Pior que antes deu viajar minha mãe estava pegando no meu pé para eu sempre andar com um canivete e um kit fogo talvez. Se só os filhos escutassem as suas mães (talvez o mundo fosse um lugar melhor).

Fui andando até o acesso onde os meninos da outra equipe (Herpetologia: cobras, lagartos e sapos) teriam a possibilidade de passar. Quando chego perto de lá, milagrosamente chega uma mensagem no meu celular de que alguém havia tentado me ligar (Valeu pai!). Só assim, pude saber que havia sinal naquele raio de 1m onde havia passado. 
Fui voltando em passos lentos até chegar nesse raio novamente e liguei para a coordenadora da expedição falando o que havia acontecido e pedindo para ela avisar a alguém da outra equipe onde eu estava. Deixei também aqueles velhos recados de despedida: “diz pra minha mãe que eu a amo”, “deixo todos os meus livros científicos com o Doutor Leandro”, “Diga para o meu pai que eu não atendia meu celular por falta de crédito, mas que eu amo ele também”. Enfim, essas coisas...

Preparei-me para uma longa noite no mato, quando, 10min depois vejo luzes de carros se aproximando (eu já estava com a capa de chuva e tudo mais. Já ia me preparar para dormir). 

ERAM ELES! 

Fiquei no meio da pista. Eles pararam.

Fomos até o ponto onde estava o carro e começamos a agir: buzinar, gritar etc.
Quando estávamos prontos para “quebrar a mata nos peito” indo atrás do Bruno, ele chega!

Ele alega que não estava perdido.

Tudo bem então. Com isso aprendemos algumas lições.

Lição #1: Nunca ande só nos matos
Lição #2: Sempre chegue no horário combinado
Lição #3: Sempre ande com alguma coisa para fazer fogo
Lição #4: Sempre ande com alguma coisa que corte
Lição #5: Escute os conselhos da sua mãe!

Moral da história
“O combinado não sai caro” – Isabel Cristina Fernandes (Bel)
Essa frase/ditado pode muito bem ser de um sábio chinês lá “dos cafundó das India”, mas como é a Bel que sempre me fala isso, dou os créditos a ela.

Conclusão geral
O Xiphocolaptes falcirostris não foi de graça!

Para críticas e/ou sugestões: contato

Imagem
Foto: Pica-pau-de-topete-vermelho (Campephilus melanoleucos). Um bichinho interessante que apareceu para fotografar neste mesmo dia.
Imagem
E para aqueles que se perguntaram "onde diabos é Guadalupe"? (Imagem da internet)
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Por que "Blog do Caio"?

7/3/2015

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De todos os nomes de Blog disponíveis, por que diabos eu fui escolher “Blog do Caio”, é o que muitas pessoas podem estar pensando neste momento. É por este motivo que dedico a primeira postagem do blog para explicar...

Pensei em diversos títulos, antes de, após a ajuda do meu padrasto Remi e da minha mãe Bernadete, chegar a uma decisão final.

Meu pensamento básico era o seguinte: gosto muito de viajar e de escrever relatos de campo. Cada vez vou mais e mais a campo e assim venho conhecendo novos, lugares, novas pessoas, novas culturas e claro, novas aves. 

Quem vai muito a campo como eu, sabe: sempre temos uma boa história pra contar.  Foi nesse intuito que decidi criar este blog:
- Um blog de relatos;
- Um blog de aventuras;
- Um blog de fotografias;
- Um blog de muitos aprendizados;
- Um blog que compartilha as alegrias e as tensões de campo;
- Um blog verdadeiro e sincero (com certeza muitos irão se incomodar com isso, mas...);
- Um blog onde todos podem compartilhar suas experiências.

Assim, surgiram ideias de títulos do tipo, “Vivendo o Brasil”/“Viva Brasil”/”Conhecendo o Brasil” etc., mas achei tudo isso com um ar muito pretensioso, muito convencido, como se eu fosse “A” pessoa a mostrar o que é conhecer o Brasil.
Então para deixar essa arrogância e pretensão de lado, optei apenas por “Blog do Caio” mesmo! Um blog de um “Zé qualquer”, eu, que tem as mesmas angustias e medos que qualquer outra pessoa. 

Talvez assim, podemos trocar experiências sem medir os méritos.

(OBS: as atualizações serão, no mínimo, quinzenais para manter a periodicidade do blog)

Para críticas e/ou sugestões: contato


Imagem
Foto: cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) fotografado em Brasileira-PI.
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    Caio Brito

    Ornitólogo, escritor e aventureiro. Mestre em Zoologia e aprendiz da vida.

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